Estudo Mtrix com resultados do 2º Tri ajudam a balizar o mercado para o 2º Semestre
Embora ainda haja cautela dos investidores sobre as expectativas de crescimento econômico, em decorrência de haver ressalvas em relação ao cenário fiscal até o fim deste ano, o Brasil conta com aspectos bastante positivos que permitem olhar o segundo semestre com razoável otimismo. Isso porque os resultados do 2º Tri foram melhores do que o esperado.
Se, por um lado, analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para este ano de 4,10% para 4,12%, segundo o relatório Focus de 5 de agosto, por outro lado a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 avançou de 2,19% para 2,20%.
Outro aspecto positivo é a manutenção de crescimento dos índices de geração de empregos e renda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), o ímpeto de contratação do empresariado registrou em julho maior patamar do ano, com aumento de 2,2 pontos no Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) em julho, para 83,8 pontos. Este é o melhor índice desde setembro de 2022 (83,8 pontos) e a mais forte alta do IAEmp desde dezembro de 2023 (2,3 pontos). Para a entidade, os números do primeiro semestre foram influenciados pelo desempenho positivo da indústria e do comércio.
Já um levantamento da plataforma de classificados de emprego InfoJobs revelou crescimento de 35% na oferta de vagas no primeiro semestre de 2024. De acordo com os números divulgados pela plataforma, a área Comercial/Vendas se manteve no primeiro lugar em número de ofertas, com 244.955 vagas e um crescimento de 4% em relação ao último ano. Logística aparece na segunda posição, com 149.276 ofertas, um aumento impressionante de 268%.
Esses dados não apenas se mostram extremamente favoráveis em termos de crescimento da mão de obra empregada e da massa salarial, como também apontam uma elevação de atividade em segmentos como indústria, distribuição e varejo de bens de consumo, assim como o e-commerce.
Para o segundo semestre, a empresa espera que as diversas datas comemorativas que movimentam principalmente o comércio devam gerar ainda mais vagas.
ESTUDO MTRIX COM RESULTADOS DO 2º TRI
Assim, seja para aproveitar um possível cenário de boas oportunidades até o fim do ano, seja para orientar ações capazes de reduzir o impacto negativo de uma eventual contração no consumo, é fundamental ter à mão dados atualizados e confiáveis sobre a movimentação do mercado de consumo.
Uma excelente ferramenta para embasar essas decisões é o novo estudo Mtrix Market Insights, que traz o fechamento com os resultados do 2º trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período de 2023 e abrange as vendas nos mercados de Alimentos e Home Care & Personal Care (HCPC), dentro do painel Mtrix.
Além do comportamento de KPIs Estratégicos como vendas em receita, volume, preço, total de compradores e ticket médio por PDV, o estudo traz leituras por cada região do país e por faixa populacional.
Conheça, abaixo, os principais números desse estudo.
MERCADO DE ALIMENTOS
As análises do mercado Alimentos abrangem o comportamento de compras nos canais Varejos Alimentar e Food Service do painel Mtrix.
O canal Varejo Alimentar considerado neste estudo engloba atacado de autosserviço, mercados de as partes, lojas de conveniência, além de varejos tradicionais como armazéns, mercearias e empórios. Já o Food Service considera dados de bares, lanchonetes, padarias, restaurantes, hotéis/motéis e estabelecimentos voltados ao entretenimento.
Na comparação dos dois períodos estudados (resultados do 2º tri 2024 x 2º tri 2023), o levantamento mostra que houve aumento tanto no número de lojas do Varejo Alimentar (+1,1%) quanto dos estabelecimentos do Food Service (+1,2%).
No resultado geral (Brasil), ambos os canais tiveram desempenho positivo. O Varejo Alimentar apresentou crescimento de +6,0% nas vendas em receita, +4,1% nas vendas em volume, +1,8% no preço médio e +4,8% no ticket médio por PDV.
Já o Food Service mostrou aumento de +2,7% nas vendas em receita, +0,5% nas vendas em volume, +2,3% no preço médio e +1,5% no ticket médio por PDV.
DADOS POR REGIÕES
No estudo por regiões, há poucos e pontuais desempenhos negativos, ao lado de números bastante positivos, especialmente na região Nordeste, enquanto as regiões Norte e Sudeste apresentaram crescimento mais modesto. Veja os destaques e principais resultados do 2º tri:
Sudeste – O único dado negativo da região foi o de vendas em volume do Food Service, com redução de -0,5%. Nesse mesmo indicador, o Varejo Alimentar mostrou elevação de +1,1%. O Varejo alimentar também teve melhor resultado nas vendas em receita (+2,0% contra +1,8% do Food Service) e no ticket médio por PDV (+0,9% contra +0,1% do Food Service).
O Food Service, por sua vez, teve melhor desempenho no preço médio (+2,3% contra +0,8% do Varejo Alimentar) e no total de PDVs (+1,8% contra +1,0% do Varejo Alimentar).
Nordeste – A região teve excelente performance, especialmente no canal Varejo Alimentar, que trouxe crescimento de +11,1% nas vendas em receita, +9,4% nas vendas em volume e +11,1% no ticket médio por PDV. Os números do Food Service nesses indicadores foram, respectivamente, +7,7%, +5,4% e +8,2%. Esse canal superou o Varejo alimentar apenas no preço médio (+2,2% contra +1,5%), enquanto apresentou uma pequena redução no número de PDVs, de -0,5%.
Sul – Vem dessa região a queda mais significativa do estudo, com os resultados do 2º tri apresentando diminuição de -4,0%, nas vendas em volume do canal Food Service. Os demais indicadores do Food Service permaneceram positivos: +1,3% para vendas em receita, +5,5% para preço médio, +0,4% para total de PDVs e +0,9% para ticket médio por PDV. No varejo alimentar, que no geral apresentou melhor performance, os números foram: +8,4% nas vendas em receita, +4,1% nas vendas em volume, +4,4% no preço médio, +1,5% no total de PDVs e +6,9% no ticket médio por PDV.
Centro-Oeste – Esta região trouxe resultados positivos em todos os indicadores, em ambos os canais, sendo o Varejo Alimentar mais bem sucedido, de maneira geral, com crescimento de +5,7% nas vendas em receita (contra +4,2% do Food Service), +4,3% nas vendas em volume (contra +3,9%), +1,4% no preço médio (contra +0,3%) e +4,8% no ticket médio por PDV (contra +2,4%). O canal mostrou desempenho abaixo do Food Service apenas no total de PDVs (+0,9% contra +1,8%).
Norte – Na região Norte, tanto o Varejo Alimentar quanto o Food Service tiveram perdas no ticket médio por PDV (-0,7% e -3,4%, respectivamente). Os destaques positivos do Food Service foram o crescimento no total de PDVs, de +5,0%, contra +4,6% do Varejo Alimentar, e vendas em volume (+2,1% contra +1,4%). Já o canal Varejo Alimentar teve melhor desempenho nas vendas em receita (+3,8% contra +1,4% do Food Service) e preço médio (+2,4% contra -0,8%).
DADOS POR FAIXA POPULACIONAL
Varejo Alimentar – Neste canal, os números foram bastante positivos nas vendas em receita em todas as faixas, com destaque para as cidades acima de 900 mil habitantes (+7,2%) e de 20 mil a 50 mil habitantes (+7,7%). Também merecem menção as vendas em volume nas cidades de 20 mil a 50 mil habitantes (+6,8%), assim como o ticket médio por PDV nas cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes.
Food Service – Os melhores números deste canal estão nas vendas em receita nas cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes (+4,3%) e até 20 mil habitantes (+4,9%), e preço médio nas cidades entre 500 mil e 900 mil habitantes (+6,1%) e entre 50 mil e 100 mil habitantes (+3,6%). Como destaque negativo, a redução de -4,6% nas vendas em volume nas cidades de 500 mil a 900 mil habitantes.
MERCADO DE HOME CARE & PERSONALCARE
Nas comparações do 2º trimestre, o estudo do mercado HCPC no recorte nacional mostrou que o canal Varejo Alimentar e o canal Farmácias & Perfumarias registraram aumento no número de lojas: +1,3% e +0,9%, respectivamente.
No canal Varejo Alimentar, as categorias de HCPC mostraram bom desempenho, com exceção do preço médio, com queda de -2,3%. Por outro lado, houve expressivo crescimento nas vendas em receita (+8,0%), nas vendas em volume (+10,5%) e no ticket médio por PDV (+6,6%).
Enquanto isso, o canal Farmácias & Perfumarias segue apresentando perdas, com resultados negativos em quase todos os indicadores (à exceção do total de PDVs): vendas em receita (-3,9%), vendas em volume (-0,4%), preço médio (-3,6%) e ticket médio por PDV (-4,8%).
DADOS POR REGIÕES
De maneira geral, os resultados do 2º tri das categorias HCPC se mostram bem mais robustos no canal Varejo Alimentar em todas as regiões, com indicadores com crescimento de até dois dígitos.
Os números mais modestos estão na região Norte, que, por outro lado, é a única região onde o canal Farmácias & Perfumarias traz todos os indicadores positivos. O maior índice de crescimento apresentado pelo canal Varejo Alimentar foi o de vendas em volume, na região Nordeste (+14,8%), enquanto o melhor resultado do canal Farmácias e Perfumarias foi o preço médio, na região Sul (+15,5%) – a única região em que os resultados de Farmácias & Perfumarias superam os números do Varejo Alimentar.
Sudeste – Ao lado do Centro-Oeste, foi a região onde o canal Farmácias & Perfumarias apresentou os piores desempenho e resultados do 2º tri, com queda em todos os indicadores, à exceção do total de PDVs (+0,7%). Os demais apresentaram queda na comparação com 2023: vendas em receita (-8,1%), vendas em volume (-1,3%), preço médio (-6,9%) e ticket médio por PDV (-8,8%). Em contraste, Varejo Alimentar trouxe ótimos números: +10,3% nas vendas em receita, +8,7% nas vendas em volume, +1,5% no preço médio, +2,2% no total de PDVs e +7,9% no ticket médio por PDV,
Nordeste – Aqui também o Varejo Alimentar supera os resultados do 2º tri para o canal Farmácias & Perfumarias – menos no indicador total de PDVs, com crescimento de +0,3%, contra +4,2% das Farmácias & Perfumarias. No geral, os dados do Varejo Alimentar são consistentemente superiores: vendas em receita, +9,6% (contra +2,1% do canal Farmácias & Perfumarias), vendas em volume, +14,8% (contra +6,9%), e ticket médio por PDV, +9,3% (contra -2,0%). No indicador preço médio, tanto o Varejo Alimentar quanto Farmácias & Perfumarias mostraram desempenho negativo: -4,6% e -4,4%, respectivamente.
Sul – Na contramão da maioria das regiões, no Sul o canal Farmácias & Perfumarias obteve melhor desempenho do que o Varejo Alimentar, em três dos indicadores: vendas em receita (+9,0%, contra +5,3% nas Farmácias & Perfumarias), preço médio (+15,5%, contra -4,3%) e ticket médio por PDV (+12,6%, contra +4,1%). Por outro lado, o canal apresentou diminuição no total de PDVs (-3,2%, contra +1,2% do Varejo Alimentar) e nas vendas em volume (-5,6%, contra +9,0%).
Centro-Oeste – Assim como na região Sudeste, o Centro-Oeste trouxe o canal Farmácias & Perfumarias com praticamente todos os indicadores negativos: vendas em receita (-4,1%), vendas em volume (-2,8%), preço médio (-1,3%) e ticket médio por PDV (-4,5%). O dado positivo foi o total de PDVs, que aumentou +0,4%. Já o Varejo Alimentar também apresentou quedas: -5,4% no preço médio e -0,4% no total de PDVs. Os demais indicadores do canal foram positivos: +4,6% nas vendas em receita, +10,6% nas vendas em volume e +5,0% no ticket médio por PDV.
Norte – Esta foi a região em que o canal Farmácias & Perfumarias mostrou os melhores resultados do 2º tri, com crescimento em todos os indicadores: vendas em receita (+3,4%), vendas em volume (+3,4%), preço médio (+0,1%), total de PDVs (+0,5%) e ticket médio por PDV (+2,9%). De modo geral, o desempenho foi melhor do que o do canal Varejo Alimentar, que superou Farmácias & Perfumarias apenas no total de PDVs, com crescimento de +3,8%. Os demais números do Varejo Alimentar foram: +1,8% nas vendas em receita, +2,7% nas vendas em volume, -0,8% no preço médio e -1,9% no ticket médio por PDV.
DADOS POR FAIXA POPULACIONAL
Neste recorte das comparações dos resultados do 2º trimestre, o Varejo Alimentar apresentou seu pior desempenho no indicador preço médio, com queda em todas as faixas populacionais, com exceção das cidades entre 500 mil e 900 mil habitantes, que ainda assim tiveram crescimento modesto: +1,0%.
Os demais indicadores permaneceram positivos em todas as faixas populacionais, com destaque para as cidades entre 20 mil e 50 mil habitantes, onde houve expansão de +11,1% nas vendas em receita, +14,4% nas vendas em volume e +9,8% no ticket médio por PDV. Também são digas de menção as vendas em volume nas cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes (+12,4%) e nas cidades até 20 mil habitantes (+11,6%).
No canal Farmácias & Perfumarias, os resultados negativos predominaram em todas as faixas. O indicador mais positivo foi o total de PDVs, que mostrou leve crescimento em quase todas as faixas, com queda de -0,6% apenas nas cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes.
Contudo, foi nessa mesma faixa que se concentraram os melhores resultados para os demais indicadores: +6,4% nas vendas em receita, +9,6% nas vendas em volume e +7,1% no ticket médio por PDV. Já as cidades de 500 mil a 900 mil e com mais de 900 mil habitantes foram as que apresentaram as maiores perdas, destacadamente nas vendas em receita (-9,0% e -8,8%, respectivamente) e ticket médio por PDV (-9,4% e -9,6%).