Planejamento aliado à tecnologia pode ser a chave do sucesso em 2025

O Brasil inicia o ano com perspectivas positivas para o varejo, embora permaneçam na economia desafios como aumento da inflação e dos juros, com consequente redução do poder de compra e dificuldade na obtenção de crédito. Por isso, não é hora de abrir mão de um eficaz planejamento aliado à tecnologia: preparar-se é o melhor caminho para destacar-se!
O 1º boletim Focus de 2025 mostrou que o mercado estima inflação próxima de 5% em 2025, enquanto a projeção da taxa básica de juros (Selic) subiu de 14,75% para 15% ao ano. O Boletim Focus é um dos principais instrumentos de monitoramento das expectativas do mercado. Ele é elaborado a partir de projeções realizadas por instituições como bancos, consultorias, corretoras, semanalmente compiladas e divulgadas pelo Banco Central.
Diante dessas perspectivas macroeconômicos, consultorias como Tendências e LCA4Intelligence preveem que o comércio, em 2025, cresça entre 1,7% e 2%. Esses números implicam uma considerável desaceleração em relação a 2024.
Vale ressaltar que eventos positivos na macroeconomia e boas notícias em relação às metas fiscais do governo podem ajudar a reverter esse quadro, contribuindo para a redução da taxa de juros e melhorando as perspectivas do consumo.
Resultados de 2024
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o crescimento do varejo em 2024 deve fechar em torno de 5,5%, impulsionado pelo aumento do emprego formal, maior acesso das pessoas ao crédito e melhora na renda, em razão do crescimento real do salário mínimo.
Resultado semelhante é esperado pelo IBGE. Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) aponta que a alta das vendas do varejo restrito em 2024 pode ser a maior em mais de dez anos. Pelos resultados até novembro, o aumento acumulado é de 5% em 2024 e de 4,6% em 12 meses. Já a Fecomercio/SP estima que 2024 teve um crescimento entre 7% e 8% sobre 2023, com destaque para os segmentos de farmácia, supermercados e hipermercados.
Em relação à indústria, a previsão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) é que o crescimento em 2024 dobre em relação a 2023 e seja superior a 3%, a maior alta dos últimos anos. Esse bom resultado estaria ligado à política de neoindustrialização implementada pelo governo federal.
Há outras boas notícias em relação a 2024: a arrecadação de impostos e contribuições federais de janeiro a novembro foi recorde e totalizou R$ 2,391 trilhões, um aumento real de 9,82% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Receita Federal. Além disso, o comércio exterior brasileiro fechou 2024 com superávit de US$ 74,5 bilhões, o segundo maior da história, conforme divulgado pelo MDIC.
Esses dados positivos sobre o ano passado, contudo, não garantem bons resultados futuros, e por isso a expectativa em relação ao sucesso das medidas governamentais em relação à austeridade fiscal é tão grande.
Planejamento aliado à tecnologia para qualquer cenário
O que se depreende do quadro atual é que os segmentos que produzem e comercializam bens de consumo terão pela frente meses bastante desafiadores. E, ainda que se mantenha o otimismo nas expectativas, é claro que se faz necessário preparar as empresas, tornando-as mais eficientes, ágeis e rentáveis, de modo que possam manter-se competitivas independentemente do cenário.
Para tanto, são elencados abaixo dez aspectos essenciais para ampliar a competitividade das empresas que atuam com produtos de alto giro. Lembrando que, em todos eles, é fundamental fazer um planejamento aliado à tecnologia, ou seja, adotado-se ferramentas tecnológicas específicas, com a finalidade de reduzir custos, otimizar o tempo e multiplicar resultados.
1 – Planejamento conjunto
Indústrias e distribuidores de produtos de alto consumo devem dedicar espacial atenção ao planejamento e incluir seus principais parceiros em seu JBP (joint business plan), como forma de alinhar estratégias de distribuição, estratégias de preços, estratégias de marketing, monitoramento dos resultados, desenvolvimento de campanhas de incentivo e outras ações, criando um planejamento aliado à tecnologia que vise a otimizar investimentos e potencializar resultados de vendas.
Uma vez que um JBP depende, em boa medida, de compartilhamento eficiente de informações entre os parceiros, não é demais ressaltar a importância da utilização de plataformas tecnológicas para auxiliar a comunicação e a gestão dos processos.
2 – Análise da concorrência
A empresa competitiva está sempre atenta aos movimentos do mercado, do consumidor e especialmente, da concorrência. Isso permite traçar novas estratégias, corrigir rotas, reavaliar ações de marketing, por exemplo, com o intuito de melhorar e impulsionar os resultados do negócio.
Nesse aspecto, a inteligência de mercado, o uso de dados e o planejamento aliado à tecnologia garantem que as empresas tenham informações precisas e de qualidade para conhecer a fundo o seu público-alvo, traçar estratégias, aproveitar oportunidades de negócios e sair na frente de seus concorrentes.
3 – Análise preditiva para tomada de decisões
A análise preditiva busca prever resultados futuros com base em padrões e tendências obtidos a partir de bancos de dados da própria empresa. Ela capacita as organizações a tomar decisões orientadas por informações, permitindo a otimização de recursos, reduzindo custos e aumentando a eficiência. Essas análises obtêm melhores resultados quando realizadas por meio de plataformas inteligentes apoiados em uma data base com alta qualidade de dados.
4 – Segmentação de mercado
A segmentação geodemográfica, que agrupa os clientes com base em características como idade, sexo, renda, escolaridade e localização geográfica, permite análises que resultam na criação de estratégias de marketing adequadas para cada grupo de potenciais consumidores.
Há diversas ferramentas poderosas que orientam o desenvolvimento e lançamento de novos produtos, a elaboração de novas abordagens de vendas e abertura de novos mercados. Dessa forma, espera-se que o gestor saiba estruturar um planejamento aliado à tecnologia, unindo dados com ações para obter os melhores resultados.
5 – Conhecimento profundo do consumidor
Para qualquer negócio, é indispensável ter em mãos informações atualizadas e precisas sobre seu consumidor: hábitos de compra, comportamento, perfil socioeconômico, entre outros aspectos, são essenciais para adequar as estratégias de negócios da empresa às necessidades dos clientes. Esses aspectos são revelados em pesquisas e compilados em programas desenhados para trazer insights relevantes para o planejamento de marketing.
6 – Integração de canais de vendas
É importante garantir o alinhamento entre os canais online e offline. Isso contribui para o sucesso das estratégias de marketing, mantém a imagem da marca ou empresa sempre presentes na mente do cliente, ajuda na captação de novos leads (contatos) e permite oferecer experiências distintas para públicos variados.
7 – Gestão de estoque e distribuição
Com base em dados, ferramentas inteligentes identificam os produtos mais consumidos pelos clientes e até mesmo a frequência de compras, o que contribui para uma melhor gestão do estoque e da distribuição da empresa.
Bons sistemas de gestão também permitem controlar o desempenho da área, aprimorar o nível de serviço, elaborar roteiros e mapas de entregas e fazer um planejamento aliado à tecnologia que seja prévio de estoque.
8 – Treinamento e capacitação da equipe
Manter o time sempre motivado pode ser desafiador. As áreas de vendas, marketing e trade marketing, além de estar atentas às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes, precisam atuar em sintonia em prol de bons resultados, o que envolve questões de integração, comunicação, alinhamento e até rotatividade das equipes. Para manter as pessoas comprometidas é preciso atenção e suporte por parte dos gestores, assim como treinamento constante.
9 – Flexibilidade diante das mudanças
Com o cenário de negócios se transformando cada vez mais rapidamente, a empresa que realmente deseja crescer precisa saber lidar com imprevistos e ter agilidade para a implantação de um plano B sempre que a realidade impuser um novo cenário. Embora não seja possível prever quando e como irá acontecer algo impactante, é sempre possível criar e estimular uma cultura flexível, participativa, criativa e aberta a novas ideias como forma de abrir espaço para o surgimento de boas soluções quando se fizer necessário.
10 – Atualização tecnológica
O mundo está cada vez mais digital. Ferramentas de análise de dados, sistemas de automação, inteligência artificial, internet das coisas fazem cada vez mais parte da realidade das empresas e dos próprios consumidores. Essa é uma tendência que se acelerou a partir da pandemia e só faz aumentar seu alcance, seja nas grandes indústrias, nas empresas de distribuição ou no varejo, onde até o mercadinho do bairro passou a adotar algum tipo de tecnologia para atender seus clientes.
Assim, a atualização tecnológica é hoje um fator de sobrevivência para as organizações de todos os portes. Dessa forma, a aquisição ou desenvolvimento de plataformas adequadas ao tipo e porte do negócio, a capacitação de técnicos e usuários desses sistemas, bem como investimento em cibersegurança (uma vez que ataques hackers são cada vez mais comuns) são aspectos obrigatórios da gestão de uma empresa que pretende enfrentar com sucesso os desafios dos próximos anos.
Planejamento aliado à tecnologia já não é mais um plus: é uma necessidade!